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Transferência do SBT para filhas de Silvio Santos salva futuro da emissora

 

Os decretos assinados pelo presidente Michel Temer (PMDB) e publicados no Diário Oficial da União de 23 de fevereiro de 2017 livraram o SBT de uma verdadeira guerra judicial que se avizinha.

Em 17 de outubro deste ano, o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, condenou o Grupo Silvio Santos Participações S.A (SSP) a pagar cerca de R$ 4 bilhões de Imposto de Renda e Contribuição Social. Ainda cabe recurso.

A cobrança diz respeito ao resgate de R$ 3,8 bilhões feito pelo SSP pela assunção dos prejuízos do Banco Panamericano. Como se sabe, o Grupo SS ficou responsável pela recuperação financeira do BP numa operação organizada junto ao Banco Central (BACEN) que resultou em empréstimos ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Em janeiro de 2011, diante do rombo do Panamericano, e sob as bençãos da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o BTG Pactual – tornando-se sócio da Caixa Econômica Federal na sequência – deu uma “promissória” pela dívida do banco, “livrando” Silvio Santos de arcar com um ônus que comprometeria a saúde financeira de todas as empresas do SSP, ainda que a venda do Pan tenha comprometido a musculatura da holding.

 

Com a transferência direta e a modificação do quadro diretivo da TV SBT, nos casos dos canais 4 de São Paulo, 11 do Rio de Janeiro, 5 de Porto Alegre e TV Stúdios de Brasília para as filhas números 3 (Daniela Beyruti) e 6 (Renata Abravanel), a menina dos olhos do animador não poderá servir como seguro-caução na quitação da dívida, isto é, o resgate bilionário terá que ser feito a partir de outros bens que ainda estejam no nome de Senor Abravanel.

Em fevereiro, Silvio tornou pública a transferência do SBT para as herdeiras, a primeira diretora artística e de programação do canal; a segunda, vice-presidente do Grupo Silvio Santos. Não há notícias se outras joias da coroa do SSP, como a Liderança Capitalização (Telesena), o Hotel Jequitimar, no Guarujá, e a Jequiti Cosméticos tenham sido transferidas para as filhas de Santos.

De todo modo, ainda que a transferência envolva apenas o SBT, Silvio acabou, intencionalmente ou não, garantindo o futuro da emissora em um ano em que as receitas publicitárias do canal despencaram e se calcula a dispensa de pelo menos 100 funcionários como medida de contenção de custos, ainda, em boa parte, pela trapalhada envolvendo a saída da TV a cabo no episódio da Simba Content, joint venture que reúne SBT, Record e RedeTV!.

Em 2007, Silvio Santos recebeu duas ofertas para vender o SBT. A segunda, bem mais generosa que a primeira, de US$ 600 milhões, colocou na mesa nada menos que US$ 2 bilhões. O empresário recusou ambas

 

FONTE:RD1

Mateus Vital

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