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No Piauí, instituição e ribeirinhos se juntam para salvar rio Canindé

 

Um trabalho em equipe vem ajudando a salvar o rio Canindé, um dos principais afluentes do rio Parnaíba, e que sofreu com a retirada da mata ciliar. A participação de uma instituição tem conscientizado os agricultores do Piauí sobre a importância de preservação.

Os primeiros resultados deste trabalho podem ser vistos. O rio Canindé nasce e tem grande parte do seu percurso em uma das regiões mais secas do Piauí. Afetado pela estiagem, fica sem água metade do ano. A barragem Pedra Redonda foi construída há cerca de 20 anos em Conceição do Canidé para perenizar o rio.

No começo a ideia deu certo. Com o controle de vazão na barragem, o Canindé passou a receber água o ano inteiro. Só que a visão do rio caldaloso despertou o espírito empreendedor de muitos agricultores, que passaram a cultivar perto das margens, utilizando o sistema de irrigação a água do rio, e desmataram às margens.

Sem a proteção das raízes, a areia foi descendo e assoreando o leito e tornando o rio cada vez mais raso. Agora a população ribeirinha vem fazendo o caminho de volta e recuperando a mata ciliar.

A ideia de recuperar a mata ciliar veio do padre Geraldo Gedeon. O religioso alemão há 50 anos ajuda agricultores do Piauí na difícil convivência com o semiárido. Através da Fraternidade São Francisco de Assis, ele adquiriu uma fazenda para cultivar e depois distribuir mudas nativas.

"É uma questão de convencer as pessoas que é necessário e útil a preservação das margens, se não rio morre lentamente", destacou o pároco de São Francisco de Assis.

Os cuidados com o tesouro verde do sertão são do agricultor Paulo Bispo de Sena. Acostumado a desmatar, ele aprendeu o valor de reflorestar. "Eu só acho que é muito importante. Com 50 anos, até agora só tinha visto pessoas acabando com o rio", disse.

Outro que aprendeu o quanto vale recuperar as margens do Canindé foi Antônio Carvalho. Na frente da sua propriedade já se tem uma cerca verde. Agora ele pode cuidar da plantação sem peso na consciência.
"Eu plantei umas 300 árvores e já vejo a diferença. Antes quando chovia a lama ia toda para dentro do rio, agora não", comentou.

 

G1

Emanuel Vital

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