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Lições de Pânico

Escritor Mário de Andrade. Foto: Divulgação

 Escritor Mário de Andrade. Foto: Divulgação

Não nego a importância histórica de Manuel de Sousa Martins, mais conhecido como Visconde da Parnaíba. Porém, o “ser histórico” foi transformado em herói e mito, tal as loas que se tecem para ele, por ocasião dos eventos que se realizam em Oeiras, anualmente, no dia 24 de janeiro.

 

As glorificações a Sousa Martins atendem aos interesses – ideológicos, políticos, econômicos - de quem as profere, e não de uma visão crítica da história, aquela que, em vez de endeusar e alardear os “grandes feitos”, ocupa-se em conhecê-los de forma mais abrangente e integrada, dando lugar a análises e reflexões, de modo a se compreender a sociedade onde os fatos históricos e as personagens tem ou tiveram existência.

 

Mas o que está acontecendo, lamentavelmente, é o predomínio da visão mais anacrônica da história: a narrativa isolada de fatos históricos, a criação de heróis e os elogios irrefletidos a “vultos históricos”, no caso, em demasia e muitos deles imerecidamente, a Manuel de Sousa Martins e ao modelo de sociedade que ele ajudou a consolidar.

 

Ao invés de elogiar a três por quatro e engrossar o coro dos contentes com o passado e com o “status quo” presente, é melhor pesquisar, conhecer e fazer reflexões úteis e sensatas. Há, no campus da UESPI em Oeiras, o curso de História. Professores e estudantes podem ajudar nessa tarefa. Ou não?!

 

* Rogério Newton,  é escritor, poeta, ambientalista e defensor público.

Rogério Newton

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