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Que Abolição!

Entidades debatem sobre a abolição em Oeiras

 Entidades debatem sobre a abolição em Oeiras

Ao participar do painel O Que é Ser Negro Hoje?, durante o Que Abolição?!, realizado na última sexta-feira e sábado, no bairro negro do Rosário, Dom Juarez declarou: “Sou um bispo negro!”. Esta foi uma das afirmações mais importantes do Encontro, citada aqui no início desta crônica somente para começar a abordagem do tema.

 

Na verdade, muitas outras expressões (verbais e não-verbais) foram manifestadas por participantes do evento Que Abolição?!, que não recebeu um grande público, mas as pessoas que dele participaram o fizeram com gosto. A maioria dos presentes eram negros, sobretudo estudantes e professores. Quase todos falaram sobre suas experiências e suas visões resultantes do fato de serem negros no Brasil e na Oeiras de hoje. Alguns depoimentos foram emocionantes.

 

Isso não é pouco. Não são comuns os eventos públicos com atmosfera para as pessoas se expressarem livremente. E mais: com sinceridade. Que Abolição?! foi assim: um espaço de conhecimento, trocas e discussões, sem formalidades e artificialismos.

 

Está certo que a palestra ministrada pelo Prof. Gecivaldo Gama, militante do Grupo Afoxá, de Teresina, suscitou debates acalorados. Mas diria que foram os filmes curta metragens sobre abolição e negritude que mais alimentaram a vontade de se expressar. Que coisa boa: a vontade de falar, ouvir e ser ouvido.

 

O primeiro curta exibido foi Falsa Abolição, do Grupo Tarja Preta, de Belo Horizonte. Depois, uma reflexão sobre estética negra e política, a começar pelo cabelo. Isso na noite de sexta-feira, dia 15. No sábado, 16, tivemos o curta Alma no Olho e um diálogo impossível na telinha entre o almirante negro João Cândido e Carolina de Jesus.

 

E muito mais coisa legal. Por exemplo: o Hino de Oeiras com tambores. O Hino da África do Sul, cantado por Vanda Queiroz, acompanhada pelos percussionistas jovens do Rosário. A oficina de dança afro, ministrada pela Prof. Artenilde Silva, na manhã e na tarde do sábado. À noite, os alunos apresentaram um pouco do que aprenderam. E a oficina vai continuar. Pra se inscrever, fale com Anatália Nascimento, presidente do Grupo de Consciência Negra Quilombo do Rosário.

 

No encerramento, além dos alunos da oficina, tivemos a dança de Artenilde Silva e de Junior, do Grupo Afoxá.

Um arraso, gente!

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