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Lúpus: tudo o que você precisa saber sobre a doença autoimune

Foto: reprodução R7.com

 Foto: reprodução R7.com

Uma doença em que o paciente luta contra ele mesmo, na qual o corpo produz substâncias contra ele próprio. Já imaginou? Para uma parcela bem pequena da população, isso não é apenas imaginação, mas realidade.

O lúpus é uma doença autoimune que acomete principalmente mulheres na fase menstrual, ou seja, aproximadamente entre os 15 e os 45 anos, mas também pode afetar homens, crianças e idosos. Suas origens são muitas, desde problemas hormonais como o excesso de estrogênio (que explica a forte relação com o sexo feminino), até o fator genético.

“Os raios ultravioleta e as doenças infecciosas (como um resfriado, por exemplo) podem servir como gatilho para o desenvolvimento do lúpus”, explica Edgard Torres dos Reis Neto, reumatologista do hospital São Paulo.

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Segundo o especialista, o que ocorre é uma desregulação do sistema imune e os anticorpos que deveriam atacar apenas fatores prejudiciais passam a atacar as substâncias do próprio corpo. “Muitos órgãos como articulações, pulmão, coração, rins e o sistema nervoso podem ser afetados. Com o tempo, esse processo inflamatório vai afetando o funcionamento das células do órgão, o que pode levar um dano a longo prazo”, afirma Torres.

Em casos mais graves, como o da cantora Selena Gomez, o prejuízo é tão grande que um transplante de órgão é necessário. Contudo, o médico faz questão de ressaltar que “quando feito o tratamento, essa chance é de 10 a 30 por cento e somente em casos muito agravados”.

Tratamento esse que consiste em proteção constante dos raios ultravioleta, manutenção de uma vida saudável, com boa alimentação e prática de exercícios físicos, e controle com remédios específicos para cada paciente, já que, segundo o especialista, cada paciente pode apresentar um tipo de sintoma e reação corporal.

Mas o especialista  aponta que alguns sintomas, em geral, se relacionam com o lúpus e, quando notados, devem levar a pessoa diretamente ao médico: “Lesões de pele, principalmente na região da bochecha; dores nas articulações que são piores no período da manhã; dificuldades para reter ar; cansaço; fadiga; perda de peso; febre sem explicações; dores para respirar; inchaço nas pernas e ao redor dos olhos; e urina mais espumosa que o normal são alguns deles”.

Vivendo com lúpus
Torres fez questão de ressaltar que a vida de alguém que tem lúpus é normal e pode ser levada tranquilamente, mas com alguns cuidados. Ele exemplifica falando sobre pessoas com diabetes e pressão alta, que também tem doenças que precisam de tratamento.

Para Carlos Eduardo Tenório, que descobriu ser portador da doença em 2005, o que o médico falou faz sentido: “Tenho minhas limitações, mas aprendi a viver com elas. Com trinta e poucos anos voltei a ser criança e precisei aprender tudo de novo, contudo acredito que convivo normalmente com a doença, em algumas atividades preciso de ajuda de outras pessoas, mas isso é natural”, conta.

Tenório demorou a ser diagnosticado, pois a princípio os médicos acreditavam que ele havia contraído alguma DST (doença sexualmente transmissível), mas após uma de suas crises recebeu a notícia: “Reagi adquirindo muita informação para poder conviver com a doença e poder ter uma vida em sociedade. Claro que [a notícia] traz alguns impactos, são muitas informações para serem digeridas ao mesmo tempo”.

Por conta da doença, o rapaz teve de se aposentar por invalidez, já que desenvolveu uma deficiência física, mas não encarou a perda do emprego como xeque mate. Tempos depois ele se tornou um dos desenvolvedores da Associação Brasileira Superando o Lúpus.

Sua dica para quem recebe o diagnóstico é não encará-lo como uma sentença de morte: “Falo para as pessoas verem a doença como uma oportunidade de autoconhecimento, pois isso é essencial para que seja possível viver com ela. O diagnóstico é um susto, mas não é o fim da linha”.

 

Fonte: Revista Galileu

*Com supervisão de Nathan Fernandes

Emanuel Vital

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