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Brasas do Forró, Caviar com Rapadura e Forró dos Plays vendem ônibus por impactos da pandemia do coronavírus

Foto: Divulgação

 Foto: Divulgação

Mais nomes do forró entraram na lista de grupos que vendem bens para evitar acúmulo de dívidas durante a pandemia. Caviar com Rapadura, Brasas do Forró e Forró dos Plays estão com anúncios de dois ônibus em redes sociais.

O empresário das bandas, o baiano Augusto Rodrigues, 50, radicado no Ceará, também já vendeu um carro e equipamentos de iluminação usada em shows. 

Em 2020, a banda Caviar com Rapadura chegou aos 25 anos de existência. Em média, o grupo de forró realizava oito shows por mês. No último ano, o grupo gerou 25 postos de trabalho. 

Já o Forró dos Plays, com 13 anos de vida, alcançava marca de sete apresentações mensais antes da pandemia do coronavírus. Ao todo, 25 pessoas trabalhavam no grupo. Segundo Augusto Rodrigues, por conta do atual cenário da música, os vocalistas pediram desligamento. 

"O futuro é incerto. Creio que 90% das bandas vão decretar falência, caso não haja ajuda do governo", diz o empresário Augusto Rodrigues.

Os ônibus são um Marcopolo - Paradiso GV 1150 e um  Marcopolo Paradiso G6 1550 LD.
Legenda: Os ônibus são um Marcopolo - Paradiso GV 1150 e um Marcopolo Paradiso G6 1550 LD.
Foto: Divulgação

 

Há um ano parado sem eventos, os dois ônibus geram custos de manutenção, além do espaço onde ficam guardados "Não temos perspectivas de retornar. Enquanto tinha reserva dava para segurar", conta o empresário das bandas.

Sem esperança no São João 

Na avaliação de Augusto Rodrigues, assim como de outros produtores de eventos, a perspectiva é que os eventos juninos não aconteçam em 2021.

A demora da imunização é uma grande preocupação dos empresários. "Pela velocidade que acontece a vacinação é pouco provável que possamos ter eventos esse ano", relata o empresário.

No mês do São João, a banda Caviar com Rapadura chega a realizar 30 apresentações pelo Nordeste. Já o Forró dos Plays, soma 18 shows. O período é o mais importante das bandas de forró. Muitos grupos arrecadam verbas para manter as bandas no ano inteiro.  

Brasas do Forró vende ônibus para evitar prejuízos financeiros da pandemia

Prestes a completar 30 anos de existência, a banda Brasas do Forró é mais uma vítima da pandemia do coronavírus. Sem eventos, por conta de decretos no Ceará e em outros estados do Nordeste contra aglomerações, o grupo acaba de colocar um ônibus para vender. 

Ivanilson Tavares, empresário da banda, conta que desde o início da pandemia, o grupo de forró já vendeu um caminhão, um carro particular e um terreno para poder honrar com compromissos financeiros da banda.

"O ônibus é praticamente a nossa casa. A banda leva os instrumentos e componentes para os shows. Devido à pandemia, a gente não tem perspectiva de voltar esse ano de 2021. Pois a gente só consegue isso quando a vacinação estiver alta. Ainda não chegamos nem 5% em março. Então, pela projeção, esse ano vai ser o ano novamente parado", ressalta o empresário.
 

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Legenda: Ônibus modelo Marcopolo 1600 ld g7, motor Scania k400 de 2013
Foto: Divulgação

 

O temor da banda Brasas do Forró, assim como de vários empresários, é pela realização do São João em 2021. Muitos acreditam que não ocorrerá neste ano. O período é o mais importante em arrecadação financeira. 

"São João não vai ter esse ano, já está certo na nossa mente devido à vacinação. Os meses mais importantes são junho e julho devidos às festas juninas. Sem essas festividades, o restantes são shows pontuais. Não é o mesmo fluxo. No São João, chegamos a fazer 32 shows. Nos meses normais, são 10 eventos por mês", explica o empresário Ivanilson Tavares.

Ainda segundo o empresário da banda Brasas do Forró, a expectativa do grupo é que, quando houver o retorno dos eventos, a agenda será menor. "Quando voltar os shows serão menores, quatro a seis shows por mês. Não sabemos quando voltar. Não temos essa perspectiva. O único patrimônio que resta para gente vender mais rápido é o ônibus. É um carro caro. Se a gente não vender lá na frente será um prejuízo maior. Possui custos de manutenção". 

A banda espera poder comprar outro ônibus quando houver a retomada de eventos. 

 

Fonte: Diáriodonordeste

Emanuel Vital

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