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O Brasil precisa dos servidores públicos

 

Por; Antônio Tuccilio

 

Somos responsáveis por uma série de atividades, muitas essenciais e desempenhadas somente pelos funcionários públicos. Cuidamos da administração e do patrimônio público e prestamos vários serviços à população.

Estamos nas ruas, nas escolas, nos hospitais, nas delegacias, nos órgãos municipais, estaduais e federais. Estamos em todos os lugares. E desempenhando praticamente todas as funções.

Sim, somos importantes. Somos muito importantes. Saiba disso, Servidor Público. Você é muito importante para o Brasil.

Mas somos reconhecidos? Bom, essa questão é complexa. Se de um lado, contribuímos para manter o país em ação – e a sociedade reconhece isso –,
por outro há quem não se canse de denegrir o nosso trabalho. O exemplo mais recente é a famigerada PEC 32/2020, a Reforma Administrativa, que pune o
Servidor Público.

Mas vamos falar de coisas positivas. Prefiro me ater ao que nos fortalece e diferencia como servidores. Prefiro falar dos profissionais da Saúde que nesta pandemia colocam sua vida em risco para salvar as pessoas. Muitos, inclusive, perderam a vida por esse compromisso. São todos heróis.

Prefiro falar dos professores, que mesmo com falta da ação dos governantes, se organizaram para oferecer aulas pela internet para os jovens. São igualmente heróis.
Também há os policiais, os servidores das instuições públicas e tantos outros.

Os funcionários públicos estão em todo o país, de norte a sul, de leste a oeste. Do Oiapoque ao Chuí. A fronteira é o Brasil. Onde tem serviço público lá está um funcionário federal, estadual ou municipal. Exemplos como esse mostram que o servidor público está aí para fazer o melhor para o país.

Mesmo assim, há quem diga que os funcionários públicos são preguiçosos. Essa generalização é muito injusta e prejudica a imagem dos bons profissionais (a expressiva maioria) que trabalham no setor público.

É importante ressaltar a corrupção e a má gestão são fatores que influenciam fortemente a qualidade dos serviços públicos prestados.

Nesse cenário, o funcionário público, aquele que está na ponta e faz o contato direto com a população, é sempre o mais cricado. É sempre ele que precisa lidar com as reclamações. É aquele que tem a imagem manchada.

A culpa não é do servidor quando, por exemplo, faltam medicamentos em hospitais públicos. Ele, na verdade, faz o que pode com o pouco que tem em mãos para não deixar à míngua os doentes que chegam diariamente.

Assim também são os professores. Além de muitos casos de falta de respeito dos alunos, eles precisam trabalhar em escolas sem carteiras, cadeiras, materiais didácos, laboratórios, entre outros diversos itens essenciais para as aulas. Em algumas cidades do interior, as salas de aula sequer têm infraestrutura. Não surpreende que muitos professores sintam-se desmovados (quantos não são os casos que procuram ajuda médica?). Isso se reflete na aula e gera crícas de alunos e pais. Cricam o docente, mas deveriam direcionar suas crícas – justas, é claro – ao poder público.

 

Antonio Tuccilio,
presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP)

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