O. G. Rego de Carvalho abre magistralmente a novela Ulisses com uma cena em que uma velha grava o nome da personagem. Na pedra. O Pé de Deus e o Pé do Diabo mereceram um verbete de Câmara Cascudo no Dicionário do Folclore Brasileiro. O austríaco Ludwig Schwennhagen, no seu História Antiga do Brasil, escreveu: " A forma do pé, gravada numa chapa de pedra, é uma placa comemorativa, usada pelos povos antigos para indicar que naquele lugar esteve um homem, que foi um benfeitor do povo".
Referências ao Pé de Deus e ao Pé do Diabo não faltam, o que atesta sua importância simbólica. Mas, não é de hoje, o casario avança sobre ele. Recentemente, a Travessa do Congo foi ampliada, intervenção questionável e preocupante.
Anos atrás, o Grupo de Consciência Negra Quilombo do Rosário fez protesto público contra dilapidações no Pé de Deus e reivindicou às autoridades uma delimitação da área, fato que nunca aconteceu.
O interesse histórico e paisagístico é evidente, num sítio do qual faz parte a Casa da Pólvora. O que se espera é que as autoridades municipais façam uma intervenção sensata e inteligente na área. Por favor, não façam como no Morro da Cruz, onde abundam blocos de concreto e falta sentido.
Rogério Newton
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