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Carga horária excessiva, falta de diálogo e cobranças estão adoecendo professores, diz psicóloga

Esgotamento Profissional, é uma doença mental que surge após o indivíduo passar por situações de trabalho desgastantes

Psicóloga Jaiane Celeste. Foto: Emanuel Vital

 Psicóloga Jaiane Celeste. Foto: Emanuel Vital

Relatos de ansiedade, depressão e outros problemas relacionados a saúde mental são cada vez mais frequente entre professores/as e alunos/as no Brasil, principalmente com retorno das aulas presenciais, depois de dois anos de pandemia da Covid-19, e problemas na estrutura educacional, que se arrastam bem antes da crise sanitária.

De acordo com especialistas, essas crises que os trabalhadores e trabalhadoras da educação enfrentam é resultado da exploração de trabalho das professoras e dos professores e da desvalorização do ensino no país. Excesso de trabalho, indisciplina em sala de aula, pressão de gestores, baixo salário, demandas de pais de alunos, bombardeio de informações, desgaste físico e, principalmente, a falta de reconhecimento de sua atividade são algumas das causas de estresse, ansiedade e depressão que vêm acometendo os docentes brasileiros.

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Em entrevista ao Programa Educação em Pauta do SINTE-Oeiras que vai ao ar aos sábados pela Rádio Vale do Canindé, a psicóloga Jaiane Celeste alertou para os cuidados que professores devem tomar com a saúde mental para inibir o adoecimento mental pós pandemia da Covid-19.

Para a profissional, o momento pós pandêmico, novos formatos de trabalho em que os professores estão submetidos, acrescentado a outros fatores, agravaram o adoecimento dos educadores. A psicóloga ainda afirma que mesmo antes da pandemia essa classe já vinha adoecendo e que os atuais moldes que envolvem tecnologia, informatização, plataformas e diário online favoreceram o aumento de doenças psicológicas.

Antes o professor era visto apenas como um profissional que se cansava fisicamente por cargas excessivas de trabalho, muitos desses feitos durante a madrugada. Dar aula estava sendo minimizado como sendo a única coisa que o professor fazia. Porém, não é apenas dar aulas, o professor faz muito mais. Ele planeja, se prepara, estuda. Por trás da aula, existem muitos outros processos que requer tempo, atenção, saúde mental, saúde física e bem estar. Antes de estar diante do computar, plataforma, o professor ficou socialmente privado dentro de casa pra ministrar aula, ele precisou está preparado e diante de várias situação que não estavam ao seu controle 

Segundo Jaiane Celeste, existem três pilares que a psicologia avalia para diagnosticar possíveis sintomas de patologias psicológicas. Celeste aponta primeiro, o tempo em que a pessoa está daquela maneira? Segundo, em qual ambiente ele sente maior angustia? E terceiro, se a situação vivida produz outros tipos de problemas sociais?

Temos que avaliar sintomas como o desejo de não querer ir trabalhar. Não querer está no local de trabalho, não conseguir estudar o que entes era uma boa leitura, não sentir prazer em dar sua aula, não sentir vontade com tarefas que entes eram prazerosas, bem como sentir palpitações no peito, são sinais de adoecimento psicológico 

Adversidades impostas pelos governos em não garantir direitos dos trabalhadores, bem como inúmeras cobranças contribuem para o agravamento da situação. “Diversos fatores estão associados ao ser humano. O ser humano não é formado só por trabalho. Ele precisa sustentar sua família, pra isso ele precisa ter um salário digno. Quando os seus direitos nesse sentido estão sendo violados, isso adoece o trabalhador. O trabalhador precisa do básico para viver e trabalhar. Para este realizar um bom trabalho é necessário que se ofereça as ferramentas adequadas, para tanto precisa trabalhar ferramentas, isso não foi oferecido e as cobranças continuaram as metas tiveram que ser alcançadas”, disse.  

Síndrome de Bornout

A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é uma doença mental que surge após o indivíduo passar por situações de trabalho desgastantes, ou seja, que requerem muita responsabilidade ou até mesmo excesso de competitividade. Essa síndrome surge por excesso de trabalho vinculado à pressão.

De acordo com a psicologia, a indicação é que o ambiente de trabalho precisa ser aperfeiçoado para melhorar a saúde mental dos educadores. "A escola é uma empresa e tem colaboradores. O que precisa é melhorar o ambiente de trabalho é a comunicação entre os colaboradores, o conhecimento, o respeito aos problemas de saúde mental e oferecer melhores condições de trabalho. Para isso, o diálogo é fundamental", reforça Jaiane.    

A profissional destacou que a ajuda profissional é a melhor indicação quando da presença dos primeiros sintomas. A orientação da psicologa é que nunca o educador que está passando por algumas das situação citadas deve fazer automedicação. "O primeiro a fazer é, buscar ajuda psicológica. Este profissional vai saber avaliar seu estado de saúde mental. E depois, poderá indicar o tratamento correto ou até outro profissional, se entender necessário, isso depende de cada caso", indicou a profisional da psicologia.

Redação|Folhadeoeiras

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