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Querem criminalizar calouradas para camuflar o feminicídio, diz líder estudantil

Janaína Bezerra foi encontrada morta em uma sala do Departamento de Matemática após participar de uma festa organizada pelo DCE.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

 Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Piauí (Ufpi), Lucas Martins, condenou as declarações de tentar culpar as calouradas após a morte da estudante de jornalismo, Janaína da Silva Bezerra, de 21 anos. Para Lucas, querem criminalizar as calouradas para camuflar o feminicidio. 

“Isso é uma forma de perseguir o movimento estudantil, culpabiliza-lo, como se fosse de responsabilidade dos estudantes e segundo você ao mesmo tempo mascara uma situação real que aconteceu que foi um caso de Feminicidio. Querem criminalizar calouradas para camuflar o feminicídio e a cultura do estupro”, afirmou Lucas Martins. 

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Janaína Bezerra foi encontrada morta em uma sala do Departamento de Matemática após participar de uma festa organizada pelo DCE. 

Lucas Martins, que é tesoureiro do DCE, denunciou ainda que por diversas vezes chegou a acontecer violência nas dependências da universidade. 

“Não chegou a ser encontrada uma pessoa morta, como foi o de sexta, mas outras situações de mulheres que foram violadas, assediada dentro das salas de aula”, acrescentou o estudante. 

Lucas Martins explicou também que as calouradas servem para que todos os estudantes e centros acadêmicos façam um processo de integração. Ele disse ainda que as festas também são para arrecadar para que as entidades tenham valores para subsidiar outros projetos que podem ser realizados pelos centros acadêmicos. 

O espaço é solicitado ao DCE e realizado no local onde o Diretório funciona. 

Falta de segurança 

Lucas Martins afirmou que a falta de segurança sempre foi um assunto muito recorrente na instituição, tanto pelos estudantes como pelos professores e funcionários. 

“Por diversas questões, como assaltos em paradas de ônibus, sobretudo quando fica mais tarde, fica mais perigoso para o estudante voltar para casa. Porque a frota, inclusive, de ônibus é muito menos no período da noite. Mas também pelo próprio dia a dia da universidade”, destacou o líder estudantil.

Ufpi não pede autorização de calouradas

Lucas esclareceu também que a Ufpi não exige autorização para as festas.  

“As festas não precisam de autorização até porque é um espaço do DCE e o Diretório tem autonomia para servir aos interesses dos estudantes. A Ufpi nunca enviou memorando ou qualquer documento comunicação a não permissão das calouradas”, afirmou.

O estudante disse ainda que as atividades culturais acontecem também em outros locais da universidade como o tablado do CCHL, no espaço carretel entre o CCE e curso de Direito e no Noé Mendes.

“O único espaço que a Ufpi pede solicitação é no Noé Mendes, que acontecem algumas formaturas.  A segurança da Ufpi fica nas redondezas, e não é algo estranho para eles, até porque muitas vezes precisamos contacta-los. A Ufpi trouxe essa resposta de que a festa não foi comunicada como forma de se isentar do debate sobre a segurança no campus”, disse Lucas Martins. 

Ufpi diz que discute regularmente a segurança

Sobre essa denúncia, a pró-reitora de Ensino e Graduação da Ufpi, Ana Beatriz Sousa Gomes, informou que a direção da universidade discute regularmente a questão da segurança. 

“Temos núcleos de pesquisas sobre essa questão. A sociedade está violenta. Isso aconteceu aqui, mas poderia ter acontecido em outros lugares. Mas estamos tomando as providências cabíveis e possíveis”, destacou a pró-reitora de Ensino. 

Atualmente, segundo Ana Beatriz, a Ufpi conta com mais de 200 seguranças armados e não armados, volantes e motorizados, que fazem a segurança patrimonial na instituição. 

Para ajudar na segurança dos estudantes, a pró-reitora lembra que a Ufpi já fez parcerias com a PM para que a segurança estadual faça rondas na instituição. 

“Aqui o espaço é de todos, mas não para fazer tudo o que querem. Estamos consternados. Estamos aqui trabalhando, mas muito consternados”, acrescentou Ana Beatriz Sousa. 

Hoje, a partir das 16h, os estudantes fazem uma vigília pedindo justiça no caso da Janaína e segurança no campus. 

 

 

Cidadeverde.com

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