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Crônica: 50 vezes Foliões no Samba em Oeiras

Ritmistas dos Foliões no Samba celebram 50 anos de carnaval em Oeiras

 Ritmistas dos Foliões no Samba celebram 50 anos de carnaval em Oeiras

50 vezes Foliões no Samba em Oeiras

 

Por; Emanuel Vital

 

Como era de se esperar, foi com muito samba que a mais tradicional escola de Samba de Oeiras celebrou o seu cinquentenário. Coube ao Rosário mais uma vez fazer o carnaval de Oeiras ficar mais bonito. A data muito significativa, cinqüenta anos dos foliões. Apesar de há muito tempo sem desfilar o grupo fez bonito de novo numa prova de como diz a máxima ‘quem é rei nunca perde a majestade’.

 

Foi criada uma expectativa por parte da escola que se organizou entre novos e experientes ritmistas. Quando a idéia de comemorar o cinqüentenário foi colocada em reunião, essa foi recebida com euforia pelos componentes que pareciam voltar no temo de um passado de glórias do carnaval oeirense.

 

 

Ensaios, desistências, altos e baixos, porem, dedicação, compromisso e determinação de um grupo de sonhadores que queriam só brincar o carnaval fizeram o momento mágico do samba esperado acontecer. Foram dois dias da folia de momo como as antigas; carnaval de rua com batucada, samba no pé e emoção. Foi mágico ver.

 

Como numa volta ao tempo, juntos depois de décadas cada componente com seu instrumento a formar uma bateria cadenciada. A vontade de celebrar 50 anos de carnaval foi tão grande que um folião das antigas se fez presente mesmo tendo que viajar de Caxias para Oeiras só pra brincar carnaval, assim fez Zé de Bembém. Nesse mesmo embalo, Dijé a porta estandarte que pensava em ver o carnaval ao vivo no Sambódromo Paulista, quando convocada foi pelos Foliões no Samba não pensou duas vezes  e rumou pra Oeiras e nos presenteou com seu samba.

 

 

Chega domingo de carnaval e os batuqueiros descem o Rosário seguindo em direção ao centro da cidade. Como numa lembrança ao momento mágico, todos vestidos com camisa comemorativa as tão badaladas bodas de ouro e uma tradicional fitinha de cetim dourada na cabeça como adereço.

 

 

Morro a baixo, o samba segue quando de repente a turma é surpreendida pela presença de um folião que desprovido de boa condição de saúde não pode mais participar da festa. Falando pouco, quase sem caminhar, Zé Pangula surge guiado pela sua esposa Teresinha, outra ex-foliã e faz aflorar a emoção entre os mais velhos que contagia todos e a bateria dos foliões tomada pela emoção chora ao ver o velho amigo folião lembrado como um dos componentes mais animados nos tempos áureos do carnaval de Oeiras com o seu tamborim.

 

 

Só por esse momento já valeria a valentia dos ritmistas, mas eles queriam mais, queriam brincar de mostrar seu carnaval e lógico tomar o velho e tradicional “leite de onça” que após algumas latinhas de cerveja só veio aparecer na parada obrigatória no Conjunto Nogueira Tapety. Em retorno ao Rosário outro componente surge bem a vontade na porta de casa, Zé da Lapa, saúde frágil também não o deixa mais executar o seu companheiro de percussão, o contra-surdo, também participou da alegria com os demais. Quando todos chegam ao bar de Zé de Vitória transformado em barracão dos Foliões no Samba a comemoração ouvida foi uma só, muito bom, só perdeu quem não foi.

 

 

É terça-feira de carnaval e o momento que para muitos era o principal chegou. O dia de usar a fantasia. Todos vestidos com roupas em tons de verde e dourado afinal, as bodas de ouro dos foliões era comemorado. Descendo mais uma vez do Rosário a expectativa para tantas paradas em casas que iriam receber os foliões se inicia. Seis casas numa mesma tarde-noite. Casa de Dijé, Flávio, Emanuel Vital, Zé da Lapa, bar “parada obrigatória” e casa de dona Celina Martins. Por onde passavam o povo acenava, aplaudia, e acompanhava o bloco em sua vontade de fazer brilhar e reacender a chama dos antigos carnavais em Oeiras.  

 

 

Um carnaval como há muito não se via aconteceu. O carnaval do samba, da bateria, da porta estandarte, do bombo, da cuíca, do tamborim, do reco-reco, e da lembrança, esse foi memorável ao desfilar pelas ruas de Oeiras pela escola de samba ou bloco carnavalesco Foliões no Samba que brilhantemente fez o carnaval ficar mais bonito e marcado na história cultural da primeira capital do Piauí.

 

 

Grupo pequeno, porem determinado típico de quem tem qualidade e que com certeza já deixou saudade, assim fez acontecer cinqüenta vezes Foliões no Samba: Adenilson (Pombo), Bodim, Chagas, Chiquinho de Albino, Chico Velho, Dijé, Diná, Doril, Gilvan, Eduardo, Eguinaldo (Pé de Meia), Emanuel Vital (Manin), Flávio de Lainha, Juvenal, Luis de Ana, Manuel (Meu Nêgo) Mateus Vital, Sebastião de Vitória, Tuíca, Zé de Vitória e Zé de Bembém.

 

 

 

* Emanuel Vital é dos componentes da bateria dos Foliões no Samba

 

 

 

 

 

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