Até outubro deste ano, 147 trabalhadores foram resgatados em situação análoga à escravidão no Piauí. O desemprego faz com que muitos piauienses busquem oportunidades de emprego em outros estados e acabem em situações degradantes.
Em 2022, foram 180 pessoas resgatadas, conforme o Ministério Público do Trabalho (MPT). O número foi o maior dos últimos 10 anos.
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Neste ano, a quantidade de pessoas encontradas em situações desumanas de trabalho e moradia ainda não superou a do ano interior, mas os números e histórias assustam. Um desses casos é o de Francisco, que saiu do interior do Piauí para trabalhar no corte de cana em Goiás. A realidade do trabalho no local foi completamente diferente do que foi prometido para ele.
“Eu acabei viajando pra lá clandestinamente na perspectiva de ganhar um salário justo e benefícios para os meus filhos. A jornada de trabalho era pra ser das 7h até às 15h30, e na realidade saía 3h30 e só voltava 20h. Recebia só um pão seco no café da manhã”, relatou.
Trabalho Escravo: 142 piauienses são resgatados em situação análoga à escravidão
Francisco enfrentou o trabalho abusivo sem remuneração adequada e o contato quase inexistente com a família por quase dois meses, quando foi resgatado junto com outros trabalhadores pela Polícia Federal.
Ele é um dos quase 150 piauienses que compõem os números assustadores de pessoas resgatadas. O último levantamento do Ministério Público do Trabalho (MPT) apontou que do Nordeste, o Piauí é o estado com maior número de trabalhadores encontrados na situação.
Lista Suja do Trabalho Escravo
O estado também não fica atrás no índice de empregadores que submeteram pessoas a condições degradantes de trabalho. Do Nordeste, o Piauí divide o primeiro lugar com a Bahia na Lista Suja do Trabalho Escravo do MPT. Os estados caem para o quarto na lista geral.
Homens que não concluíram ensino fundamental são principais vítimas
Homens em vulnerabilidade educacional representam 95% dos trabalhadores piauienses encontrados em condições semelhantes à escravidão, segundo o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT-PI), Edno Moura. Conforme o gestor, o estado é, sobretudo, exportador de mão de obra.
Ao g1, Edno Moura revelou que, entre os trabalhadores imigrantes, 95% são homens, 80% possuem de 20 a 45 anos e 70% são analfabetos ou não concluíram sequer o ensino fundamental I, que vai do 1º ao 5º ano.
G1 Piauí
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