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Artesão supera doença grave e retrata história de Oeiras com arte em madeira

Artesão Michelangelo Borges 44 anos. Foto: folhadeoeiras

 Artesão Michelangelo Borges 44 anos. Foto: folhadeoeiras

Após se recuperar de doença grave, artesão oeirense volta a ativa,  e afirma que vai voltar a estudar e se formar em arquitetura. Aos 44 anos, o oeirense Michelangelo Borges tem feito nome com arte no artesanato em madeira. Diagnosticado com transtorno bipolar, o artesão afirma que passou por uma situação muito difícil ao deixar a profissão de lado e ter sentido vontade de morrer.

Seguindo os passos do seu pai já falecido, o hoje artesão, trabalha como marceneiro desde criança. Só em 2008, quando teve a mobilidade de um dos braços comprometida e o impediu de trabalhar como marceneiro é que descobriu que também sabia entalhar na madeira.

Em sua obra, a arte evidencia o seu amor pela terra natal. Os quadros trazem sempre imagens do rico acervo arquitetônico colonial da época em que Oeiras sustentou o posto de capital do Piauí. Michelangelo destacou em entrevista ao folhadeoeiras que chegou ao fundo do poço quando foi diagnosticado com transtorno bipolar e que enfrentou também uma forte depressão que o deixou quase dois anos sem trabalhar.

Ele (Michelângelo) disse que já haver sentido um desanimo anteriormente, mais precisamente em 2010. Porem, se sentiu mal e de forma mais intensa pela ultima vez, em 2014. Contou que no dia 31 de dezembro daquele mesmo ano abandonou completamente a arte após ter ficado sem forças e animo para trabalhar como marceneiro e como artesão. Mesmo sem motivação, o único trabalho que conseguia realizar era ir ao Clube da Melhor Idade, onde é vigia. Na época era o único ganho financeiro para sustentar a esposa e os dois filhos.

“Fui a Teresina onde iniciei o tratamento de saúde. Lá uma médica me examinou, e passou uma medicação que deveria ser tomada todos os dias, enquanto eu vivesse. Eu só a tomei de novembro de 2015 até fevereiro de 2016. Dai em diante, eu por vontade própria parei de tomar a medicação. Foram dez meses sem engolir um comprimido. Nesse período de muita tristeza, eu pedia a Deus todos os dias pra me levar deste mundo, pois não tinha coragem pra tirar minha vida, mas no fundo eu acreditava e tinha fé em Deus que iria ficar curado. Deus fez o milagre. Quando foi exatamente no dia 5 de novembro de 2016 e sem tomar nenhum remédio a minha inspiração voltou depois de 1 ano e 11 meses parado. Dai em diante a minha vida mudou e já testemunhei isso em vários lugares, inclusive na igreja”, relatou.  

Agora recuperado, Michelangelo afirma que a arte é um complemento na sua vida e queria ter a condição de viver só de artesanato. “Eu faço serviço de marceneiro, mas esse trabalho prejudica meu braço que dói muito. Se a cidade, o poder público, pudesse me dar a oportunidade de viver de arte eu viveria. Mas não dá. Eu tenho meu emprego que me ajuda a suprir com as necessidades. Hoje me falta um kit de entalhe profissional para me auxiliar no trabalho. Mesmo assim, a arte que eu tenho feito tem me ajudado muito financeiramente. ”,declarou.

Último trabalho realizadao pelo artesão Michelangelo, Matriz de Nossa Senhora da Vitória em Oeiras

O profissional afirma não trabalhar com madeira comprada nas madeireiras. Ele ressalta utilizar apenas material reciclado ao comprar portas, balcões e mesas usadas que seriam descartadas no lixo. O cuidado é para que as peças não fiquem danificadas, uma vez que confeccionas em ‘madeira verde’ essas poderão ficar tortas com o tempo.

Há 18 anos sem estudar, o artesão reacendeu a chama do conhecimento e garantiu que vai terminar o ensino médio e que pretende fazer o curso superior em arquitetura. “Quero ser um arquiteto formado. Já disseram que o meu trabalho é de arquiteto, só que agora eu quero o papel pra justificar”, enfatizou.

Michelangelo Borges destacou apesar dos problemas, a sua relação de fé e crença em Deus.   “Eu acredito que Deus existe e queria que todo mundo confessasse seus pecados e acreditasse, pois eu sou a prova disso. Peço todo dia que Deus aumente a fé do povo. Eu queria que todo mundo sentisse o poder de Deus. A pessoa esta lá no fundo do poço e vê uma luz que lhe levanta e não lhe deixa cair, é a forca de Deus”, Concluiu.

 

Redação|Folhadeoeiras

 

 

 

 

 

 

 

Emanuel Vital

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