O site de notícias folhadeoeiras.com foi convidado pelo SEBRAE a participar em Cuiabá (MT) do Congresso Internacional de Sustentabilidade (CICLOS), que contou com palestras, exposição e encontro de negócios de soluções sustentáveis. Com foco na integração entre campo e cidade, o encontro objetivou inspirar atitudes empreendedoras e modelos de gestão, que têm como pilar a sustentabilidade nos processos de inovação e expansão das empresas.

A participação do folhadeoeiras faz parte da premiação que o site conquistou ao vencer a sétima etapa do Prêmio SEBRAE de Jornalismo. O diretor do site folhadeoeiras, Emanuel Vital, se juntou ao grupo de jornalistas do Piauí que esteve durante cinco dias em Cuiabá (MT) participando do evento internacional.

O público esperado no evento era de 1,5 mil participantes, entre empresários de pequenos negócios, entidades tecnológicas, dirigentes, gerentes e colaboradores do Sebrae de todo o país.

Na programação, especialistas nacionais e internacionais abordaram temas como economia global, água, eficiência energética, boas relações na cadeia produtiva, desenvolvimento local sustentável, liderança e ações para o bem-estar urbano.

O folhadeoeiras teve a honra em cobrir a palestra magna de abertura do Congresso realizada por Fritjof Capra, Ph.D., físico, teórico de sistemas pela Universidade de Viena e autor de quatro best-sellers internacionais. Seus estudos são dedicados à educação e ativismo ambiental para ajudar a construir e nutrir comunidades sustentáveis.

Ciclo de debates mediado pelo Jornalista, Washington Novaes, do jornal Estado de São Paulo e TV Cultura

Na Exposição de Soluções Sustentáveis, 18 empresas de todo o País mostraram produtos, serviços e tecnologias para tornar empresas mais sustentáveis, incluindo soluções específicas para água, energia e resíduos sólidos.

O congresso foi realizado pelo Sebrae Nacional, Sebrae em Mato Grosso e Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS).

Físico Fritjot Capra abre Congresso Internacional de Sustentabilidade em Cuiabá

Na palestra magna do Congresso Internacional de Sustentabilidade o físico austríaco falou de suas ideias a respeito da necessidade de termos uma visão mais sistêmica e menos compartimentada da realidade. Segundo Capra, a solução para problemas emergentes da humanidade como as mudanças climáticas e o esgotamento dos recursos naturais do planeta passa por uma análise inter-relacional, que incluí diferentes esferas como a econômica, política, ecológica, entre outras que formam uma complexa rede sistêmica, dentro da qual tudo está interligado, por isso, “Nossos problemas não podem ser resolvidos isoladamente”, enfatizou Capra.

Fritjot Capra abre Congresso Internacional de Sustentabilidade em Cuiabá (foto: folhadeoeiras)

Em diversos momentos da palestra o físico citou a encíclica papal sobre meio ambiente (“Laudato Si”), divulgada recentemente pelo vaticano. Segundo Capra a encíclica combate o consumismo e prega um modelo de desenvolvimento qualitativo, justo e ético em contraposição ao atual modelo linear, “baseado no aumento do PIB e num crescimento infinito para um planeta de recursos finitos como a terra, um modelo fundamentado no materialismo e na ganância”, pontuou o palestrante.

No final da palestra Capra afirmou a necessidade de implantação do alfabetismo ecológico como forma de mudar os padrões de desenvolvimento e consumo. Para ele existe o desenvolvimento bom, baseado no design ecológico de respeito à biodiversidade, a sustentabilidade dos recursos naturais e aos ciclos da vida, “um exemplo desse desenvolvimento é a agricultura orgânica que recupera a vida do solo e sequestra o carbono da atmosfera”. Por outro lado existe o desenvolvimento ruim,  “Que destrói os recursos naturais, estimula o consumo excessivo, o desperdício de energia, gerando sérios problemas sociais como o aumento da desigualdade e da pobreza, a ponto de 1% da humanidade possuir 50% de toda riqueza do mundo”.

Grupo de jornalista piauienses em participação no Congresso Internacional sobre Sustentabilidade em Cuiabá, MT. (foto: folhadeoeiras)

Monja Coen encanta congressistas falando da interdependência entre todos seres vivos

Não existe nenhum ser sozinho. Tudo que está vivo está interligado. Todos os seres são co-responsáveis pela continuidade da vida. As pessoas são meio ambiente e, ao contrário do que se pode pensar, não estão separadas dele. Os seres humanos não vivem sem as outras formas de vida. A vida é um constante ciclo de transformação. Nada é permanente. É preciso ter cuidado com as próprias atitudes, pois elas interferem no todo.

Monja Coen profere palestra com o tema “O Valor da Vida”. Foi aplaudida de pé (foto: folhadeoeiras).

Estas palavras foram ditas pela Monja Coen, da comunidade zen budista, no encerramento do Congresso Internacional de Sustentabilidade para Pequenos Negócios, nesta tarde (3), em Cuiabá. Ela foi a palestrante convidada do Sebrae, Centro Sebrae de Sustentabilidade e Banco da Amazônia, que promoveram o evento, para o final do encontro. Cerca de trezentas pessoas estavam no Auditório das Borboletas do Centro de Eventos do Panantal e assistiram atentas à palestra inspiradora.

O tema de sua palestra foi “O Valor da Vida”. “Nós somos a natureza. Não somos nós e a natureza. Não estamos separados de nada. Intersomos”, resumiu. Colocando a responsabilidade de transformar o mundo e a realidade nas mãos de cada  indivíduo, ela ressaltou o papel das pessoas conscientes. “Quando melhoro, todos melhoram. Precisamos de seres humanos livres e conscientes”, afirmou.

A mensagem  de Monja Coen aos participantes do Congresso Ciclos teve muita semelhança à do físico Fritjof Capra. Cada um falou ao seu modo dos mesmos conceitos e idéias, que permeiam a sustentabilidade. Tudo é vida, afinal.  Até a competitividade, inerente aos negócios, também é elemento importante para a ciência e evolução do seres humanos, disse a palestrante. Desde que esteja voltada para o cuidado com a vida e não para a destruição.

Centro SEBRAE de Sustentabilidade um exemplo para o Brasil e o mundo

O folhadeoeiras conheceu de perto uma das construções mais exemplares no quesito sustentabilidade, é o centro SEBRAE de Sustentabilidade. O Centro é um prédio anexo à sede do Sebrae do Mato Grosso e foi projetado pelo arquiteto José Afonso Botura Portocarrero que se baseou na construção indígena e na sustentabilidade em relação principalmente ao uso da água e da energia. A forma ogival do prédio permite que haja uma continuidade entre as paredes e o teto, como nas casas indígenas.

A cobertura foi construída em duas cascas, de modo que ao chover, a água fica retida entre as duas camadas proporcionando temperaturas internas mais amenas e reduzindo a necessidade do uso de sistemas de ar condicionado; posteriormente, essa água é novamente utilizada para a irrigação e manutenção do edifício.

Esqueleto de casa indígena que inspirou o Centro SEBRAE de Sustentabilidade de Cuiabá no Mato Grosso (foto:folhadeoeiras)

A iluminação também merece destaque, pois durante o dia não há necessidade de energia elétrica, já que lâmpadas solares altamente eficientes dispostas no teto da cúpula, captam a luz solar através de espelhos. Toda a madeira utilizada possui certificação. A tubulação foi feita com material reciclado e o esgoto é tratado localmente em três etapas até poder ser reutilizado na irrigação. Os resíduos coletados no prédio são recolhidos pela Cooperativa Via Verde que providencia seu devido tratamento e reciclagem.

Entre as características sustentáveis da edificação, se destacam: baixo consumo de energia e de refrigeração; aproveitamento da iluminação natural; conforto térmico; utilização de equipamentos eficientes; uso de água de chuva no sistema de abastecimento e manutenção; integração e preservação da vegetação nativa; e respeito às condições do terreno. A construção e o acabamento do edifício minimizaram a utilização de matérias primas.

Maquete do Centro SEBRAE de Sustentabilidade inspirado em uma construção indígena (foto: folhadeoeiras)

Visando evidenciar os objetivos do Sebrae no campo da sustentabilidade, o prédio do CSS foi cuidadosamente projetado e construído de acordo com os princípios da da construção sustentável.

Um paraíso chamado Parque Nacional Chapada dos Guimarães

O folhadeoeiras percorreu também as trilhas e desfiladeiros de um dos mais belos parques nacionais do Brasil no estado do Mato Grosso, Chapada dos Guimarães. A imponência natural da Chapada dos Guimarães justificou a criação, em 1989, do parque nacional que leva seu nome. Na área de conservação e em seus arredores ficam a maior gruta de arenito do Brasil, cachoeiras como a emblemática Véu de Noiva, uma profusão de paredões de pedra alaranjados e belos rios. Recentemente, a cidade ganhou um estruturado parque de ecoturismo. Muitos restaurantes só abrem nos fins de semana, quando as pousadas costumam lotar.

O parque criado em fins dos anos 80 ocupa uma área de 330 quilômetros. O cenário perfeito combina cerrado, cachoeiras e cânions, além de pinturas rupestres e formações rochosas que enchem os olhos de ecoturistas e esotéricos.

As muitas trilhas, desbravadas a pé ou de bike, levam a mirantes naturais que descortinam maciços montanhosos e, em dias claros, avista-se a planície pantaneira e a capital Cuiabá. 

Circuito de Cachoeiras

Em pleno o cerrado (MT), a cachoeira da independência emoldura a paisagem no Parque Nacional Chapada dos Guimarães (foto:folhadeoeiras)

O circuito é formado pelas águas do córrego Independência, que desce pelo cerrado formando seis cachoeiras: 7 de Setembro, Pulo, Degraus, Prainha, Andorinhas e Independência. Entre a cachoeira da Prainha e a das Andorinhas, há duas piscinas naturais.

São 18 metros de queda que encantam o visitante. Cachoeira das andorinhas, Chapada dos Guimarães, MT.

Todo o circuito é liberado para banho, exceto a Cachoeira Independência, também conhecida como Cachoeira dos Malucos. As trilhas do circuito não apresentam grandes dificuldades, exceto pela sua extensão (aproximadamente 6 km ida e volta).

A caminhada leva em média 6 horas de duração e não há nenhum comércio nessa área. Por isso, o visitante deve levar água, lanche e demais itens recomendados para caminhadas em ambientes naturais.

Casa de Pedra

A Casa de Pedra é uma gruta de arenito esculpida pelo córrego Independência. Conta a história que este lugar serviu de abrigo aos homens da Coluna Prestes durante sua viagem pelos sertões do Brasil.

Também é dito que a Casa de Pedra já foi local de refúgio para escravos fugitivos. Hoje, a gruta é habitada por morcegos e pequenos animais que a usam como abrigo.

O atrativo já foi cenário de diversas gravações para televisão, como a abertura da novela Fera Ferida (1993). Possui vestígios de inscrições rupestres. Pode ser acessada por quem visita o Circuito das Cachoeiras ou o Morro São Jerônimo.

Redação e fotos: Emanuel Vital, (Enviado especial ao Congresso Internacional sobre Sustentabilidade, Cuibá, MT.