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Professores protestam no Karnak e chamam Wellington Dias de golpista

aulina Almeida, presidente do Sinte-PI, diz que é falta de respeito a forma como o governador trata os profissionais da educação (Foto: Nataniel Lima/OitoMeia)

 aulina Almeida, presidente do Sinte-PI, diz que é falta de respeito a forma como o governador trata os profissionais da educação (Foto: Nataniel Lima/OitoMeia)

Após o tumulto ocorrido na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) na quinta-feira (21/06), os professores e profissionais administrativos da Educação Estadual do Piauí realizaram uma caminhada da Praça do Fripisa ao Palácio de Karnak, onde se juntaram com outro grupo que já manifestava no local: os aprovados no concurso de 2016 para agente penitenciário no Piauí. Durante o ato, os profissionais da educação chamavam o governador Wellington Dias (PT) de golpista e afirmavam que buscarão a Justiça porque entendem que foi ilegal a manobra feita pelo gestor estadual em aprovar um novo reajuste salarial (Entenda).
 
“O governador não valoriza os profissionais de Educação. Deram um golpe na última quarta-feira [20/06], quando anulou, em conluio com os deputados da base governista, a lei do nosso reajuste. Mas nós não vamos nos intimidar. Vamos permanecer em greve até que a Justiça resolva. Só temos esperança em Deus e na Justiça”, esbravejou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica Pública do Piauí (Sinte-PI), Paulina Almeida, ao chamar de golpe a manobra governista para mudar o reajuste salarial.
 

A categoria pede um reajuste de 6,81%, como o aprovado em março deste ano, para o magistério, e de 3,85% para os profissionais administrativo. “Foi isso o acordado. Tem que respeitar a Justiça, os profissionais de Educação e a sociedade piauiense. Cada vez mais o governador mostra o desinteresse em negociar de forma justa. Fizemos um acordo no dia 12 de março, e ele não cumpriu”, lamentou Paulina.

 

Ainda segundo a presidente do Sinte-PI, após o acordo firmado entre os profissionais da educação em março, Wellington Dias mandou o projeto de lei para a Alepi onde não teve nenhuma assinatura. “Mandou a lei, mas depois mandou vetar e agora fez foi anular. Quer dizer, ele teve 25 dias para sancionar a lei, o que não fez, e dentro de 2 dias mandou uma outra lei com reajuste que não contempla os profissionais de Educação e foi aprovada”, criticou.

Paulina Almeida, presidente do Sinte-PI, diz que é falta de respeito a forma como o governador trata os profissionais da educação (Foto: Nataniel Lima/OitoMeia)

Paulina Almeida afirmou que a categoria tem buscado o diálogo com o governo, mas entende que com a aprovação daquela lei ficou muito claro que o governo não quer resolver a situação. “Nós queremos, mas ele não tem interesse. então é greve por tempo indeterminado. Nós vamos buscar a Justiça para resolver esse impasse”, completou.

Quanto ao ato realizado na Alepi na última quinta-feira (21), a presidente do Sinte-PI avalia como sendo uma falta de respeito com a sociedade piauiense e não só para com os profissionais da área da educação. “Tendo em vista que jamais eles poderiam ter feito uma reunião da CCJ [Comissão de Constituição e Justiça] sem o público e eles fizeram a portas fechadas e nós certamente iremos buscar a Justiça também contra aquele ato. Um desrespeito para o Piauí. Eles rasgaram o regimento da Assembleia”, conclui Almeida.

NOVA MANIFESTAÇÃO
Após o ato desta segunda-feira (25), em frente ao Palácio de Karnak, os profissionais de Educação do Estado do Piauí irão realizar outra manifestação no mesmo local na próxima quinta-feira (28/06) às 8h30. “Será um ato concentrado para denunciar, mais uma vez, esse Governo que tem aplicado um golpe com a categoria porque diálogo houve, muitas vezes. Se ele quisesse atender, ele teria atendido. É má gestão e falta de interesse em atender a valorização dos profissionais da Educação”, diz Paulina.

APROVADOS NO CONCURSO PARA AGENTE PENITENCIÁRIO
Os aprovados no último concurso para agente penitenciário no Piauí também estiveram em frente ao Karnak para pedir que o governador nomeasse mais aprovados. Nos últimos dias, foram nomeados 25 dos 150 aprovados que estão aptos a exercerem o cargo após concluírem o curso de formação.

Leia mais: Dois anos depois, Piauí nomeia 25 para agente penitenciário e aprovados no concurso criticam: “É piada?”

Para André Oliveira, um dos aprovados e organizadores do ato, a manifestação tem o intuito de conseguir um diálogo direto com o governador para pedir que os demais aprovados sejam convocados. “A gente está sem resposta. Ele anunciou esses 25 e deixou os outros 125 perdidos. A gente fica triste porque isso facilita a vida do crime organizado no Piauí”, lamentou.

Aprovados no concurso para agente penitenciário no Piauí foram os primeiros a chegarem ao Karnak e a começar o ato (Foto: Nataniel Lima/OitoMeia)

“Nós concluímos o curso de formação há dois meses e estávamos aguardando essas 150 nomeações. Somos ao todo 316 aprovados. Desses, 150 fizeram o curso de formação e estão aptos a nomeação e somente 25 foram nomeados?”, questionou Oliveira.

Quanto ao secretário Daniel Oliveira, o aprovado diz que o diálogo com ele já está praticamente encerrado. “Porque ele disse que não pode mais fazer nada pela gente. Ficou por isso mesmo e nossa luta aqui em frente ao Karnak é porque ele lavou as mãos com a gente. Estamos aqui para ver se conseguimos falar com alguém, para ter uma conversa direta com o governador”, ponderou André.

O QUE DIZ O GOVERNO?
O OitoMeia entrou em contato com o Governo do Piauí e foi informado que o reajuste aprovado na Assembleia Legislativa do Piauí para o profissionais de Educação é o que será dado para os  profissionais. Isso porque o Estado está proibido, por lei, de conceder um reajuste acima da inflação em período eleitoral.

Quanto à situação dos aprovados no último concurso para agente penitenciário no Piauí, o Governo informou a esta reportagem que já foram convocados 25 agentes e que há um programa sendo feito para convocar mais aprovados após o período eleitoral.

 

Oitomeia

Emanuel Vital

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