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Educação e direitos humanos: professoras lançam Instituto Esperança Garcia

Fotos: Instituto Esperança Garcia

 Fotos: Instituto Esperança Garcia

A escravizada piauiense que há mais de dois séculos escreveu uma carta na qual denunciava violências por parte do feitor se tornou símbolo para a luta por justiça e agora dá nome a um instituto que quer promover a educação para os direitos humanos. O lançamento do projeto foi feito com profissionais do ramo jurídico, acadêmico e de movimentos sociais, além de artistas e jornalistas.

O Instituto pretende encaminhar ações em comunidades, instituições, empresas e demais espaços que tenham a educação como ferramenta para a transformação social.

O projeto também está, em parceria com a Defensoria Pública do Piauí, dando continuidade à Campanha Esperançar: vidas negras importam e mulheres negras precisam ser escutadas, que atua para estimular a leitura e conhecimento de autoras negras.

“Um terceiro caminho é, ainda, poder visibilizar as produção das professoras, de produções científicas, como fizemos aqui com o lançando do livro da professora Gabriela Sá, “A Negação da Liberdade: Direito e Escravidão Ilegal no Brasil Oitocentista (1835-1874)”, e visibilizar e publicar outras obras feitos por outras professoras e estudantes”, acrescenta Andreia Marreiro, presidente do Instituto.

Lançado na fundação do Instituto Esperança Garcia, o livro da professora e pesquisadora Gabriela Barretto Sá, apresenta a necessidade de visibilizar inúmeros casos de ilegalidades que ocorreram na escravidão brasileira, como a escravização ilegal de pessoas livres.

“Conceição Evaristo nos lembra que nossa escrevivência não deve ser para ninar o sono dos senhores da casa grande, ela deve servir para incomoda-los em seus sonhos injustos. E é por esse lema que eu pauto minha trajetória, minha pesquisa, minha escrita. Por isso, o objetivo deste livro é incomodar o sono dos injustos que continuam reproduzindo situações de racismo e negação de liberdade na nossa sociedade”, destaca Gabriela.

No evento de lançamento do Instituto, que aconteceu no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PI), participaram, também, personalidades e parceiros do Instituto como Maria Sueli Rodrigues, ex-presidenta da Comissão da Verdade da Escravidão Negra da OAB/PI e uma das organizadoras do Dossiê Esperança Garcia; Carmen Ribeiro, a primeira Yalorixa advogada do Piauí; Karla Andrade, defensora pública do estado do Piauí; Samaria Andrade, editora da Revista Revestrés, Camila Nery, conselheira da OAB e membros de movimentos sociais e de assessorias jurídicas universitárias populares.

 

* Com informações do Instituto Esperança Garcia

Emanuel Vital

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